quinta-feira, 19 de maio de 2011

Uma leve batida na porta

        
        
        "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e , fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai, que Vê secretamente, te recompensará". (Mateus 6.6)

        
        A adoração não é propriamente uma iniciativa nossa. Adoração é aceitar o convite. Por isso, antes de tudo, o adorador é um bom ouvinte. A Madre Teresa foi quem disse que orava para ouvir a Deus. É preciso ter uma audição aguçada para perceber os sutis convites que Deus nos faz ao longo do dia. É preciso estar atento para ouvir as leves batidas.

        À medida que crescemos em intimidade, chegamos até a pressentir a Sua vinda. Já sabemos as ocasiões em que Ele vem até nós – isso quando não nos surpreende. Mas o fato é que pressentida ou não, Sua Presença sempre nos surpreende! O coração sempre dispara com a proximidade dos Seus passos. É inevitável!

        É possível nos tornar mais suscetíveis à perceber a Presença de Deus. Mas não êxite - é preciso praticar. É preciso prestar atenção aos detalhes... Essa foi a tese do clássico devocional - Praticando a Presença de Deus. Deus está sempre presente, mas Sua Presença pode ser, para nós, mais, ou menos consciente. Presença consciente de Deus é quando nos damos conta de que Ele está próximo. É referindo-se à essa Presença que o livro sugere: ela pode ser praticada.

        De um modo geral, os convites que Deus nos faz vêm através de batidas, suaves batidas na nossa "porta". Por isso é importante “fechar a porta”. Para o adorador, portas fechadas é a possibilidade de ouvi-Lo bater. Seria essa a recompensa prometida por Jesus para os que, O buscando no aposento, fechassem as suas portas?

        Pensando no que venha a ser essa recompensa, permita-me fazer uma leitura paralela e interativa entre os textos de Mateus 6.6 e o de Apocalipse 3.20.

                "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e , fechando a tua porta..."

                "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta..."

                "E teu Pai, que Vê secretamente, te recompensará."

                "...entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo".

        Ademais, no contexto de Mateus, a recompensa do discípulo era contraposta com a recompensa dos hipócritas. E, para estes últimos, a recompensa era serem vistos pelos homens.  Ou seja, de alguma forma, Jesus sugere que a recompensa do discípulo tinha haver com o Pai que via em secreto.

        Por incrível que pareça, portas escancaradas não querem dizer “está sempre acessível”. Muito pelo contrário, revela uma total indiferença por quem entra. Acho que por esse motivo temos que fechá-las. Deus vem aonde é querido. E é isso que as portas fechadas nos ensina: elas envolvem receptividade. Só entra quem é desejado.

        Que nesse dia, você possa ouvi-Lo dizer: "eis que estou à sua porta, e bato...".

Eric Brito, escrito em 2007

3 comentários:

  1. texto muito bom, traz uma visão diferente sobre a porta e sobre estar trancado no quarto. fui muito edificado. gugu

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  2. Gostei muito do texto. Me levou a uma reflexão sobre o assunto a qual nunca tinha parado pra analisar por esse ângulo. Amei...
    Deus os abençoe.

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  3. Nossaaa...muito interessante o texto! Nunca havia pensado assim!

    Me fez pensar!
    Deus abençõe!!

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