segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pontos de chegada




METAS, OBJETIVOS E PROPÓSITOS são palavras entrelaçadas que, para a maioria das pessoas, querem dizer exatamente a mesma coisa: pontos de chegada.


A META está relacionada com pontos mensuráveis de uma caminhada, e dizem respeito a pontos de chegada ou paradas para avaliação. A META é o lugar definitivo ou intermediário onde eu quero chegar. A META responde à pergunta: “o quê?”. O OBJETIVO, por sua vez, está relacionado com o que se pretende caso a meta seja alcançada. O objetivo justifica a meta. O OBJETIVO responde à pergunta “para quê?”. O PROPÓSITO, então, está relacionado com a finalidade, e a finalidade é algo que resulta da natureza do próprio ser que age em direção a suas METAS e OBJETIVOS. O PROPÓSITO é a programação interior que me coloca em movimento em certa direção. O PROPÓSITO está ligado aos valores, às crenças e às convicções profundas, e à própria natureza do ser. O PROPÓSITO responde à pergunta “por quê?”.

Em síntese é algo de dentro, faz parte da minha natureza e identidade, e naturalmente me leva a buscar algumas coisas em detrimento de outras. Para alcançar essas coisas que naturalmente estou buscando (OBJETIVOS), estabeleço alguns padrões de medida (METAS), isto é, maneiras de saber se estou chegando aonde quero chegar

Conheço pessoas que têm METAS, mas não têm OBJETIVO nem PROPÓSITO. Tratam as METAS como um fim em si; conseguem alcançá-las, mas não sabem explicar por que se sacrificaram tanto. Cruzam a linha de chegada com uma sensação de vazio e não se conformam que o sucesso em atingir a META não tenha repercutido nenhuma mudança em sua vida ou um mínimo de realização. Essas pessoas vivem de acumulação. Elas geralmente são movidas pela conquista, e a conquista para elas é um fim em si. Jamais serão satisfeitas. É o que Schopenhauer resume ao afirmar que “a vida oscila, pois, como um pêndulo, da direita para esquerda, do sofrimento ao tédio”. Sofrimento porque há desejo sem posse; e tédio porque há posse sem desejo.
 
Conheço também pessoas que têm OBJETIVOS e PROPÓSITOS, mas não têm METAS. Não conseguem sair do lugar, pois faltam os passos práticos na direção de seus OBJETIVOS. Essas pessoas geralmente convivem com imensas frustrações em razão de desejos não satisfeitos. Desejam conforto para família, viver um grande amor, ganhar dinheiro, obter reconhecimento entre os pares, mas não conseguem identificar ao certo as experiências que resultariam na realização de tais OBJETIVOS. São pessoas que pensam de maneira abstrata e enxergam dificuldade em tudo. Diferente daqueles que vivem de acumulação, gente assim vive de ilusão. Têm sonhos sem trem de pouso.

Há também os que têm METAS e OBJETIVOS, mas não têm PROPÓSITO. Stephen Covey fala daqueles que subiram a escada do sucesso e descobriram que ela estava escorada na parede errada. Acredito, entretanto, que as pessoas que têm METAS e OBJETIVOS, mas não têm PROPÓSITOS, não escoram a escada em parede alguma. Sua peregrinação rumo aos OBJETIVOS através das METAS não encontra sustentação. Chegam lá, mas é como se não tivessem chegado. Essas pessoas não vivem de acumulação nem de ilusão. Vivem de frustração. Cruzam a linha de chegada e caem no vazio, percebendo que a conquista da META e a realização do objetivo não supriu as fomes essenciais e reais anseios do coração.

Isso explica por que o mundo está cheio de gente infeliz sem saber o motivo – ou pior, gente infeliz que acredita ter tudo para ser feliz. 

Preste atenção no propósito de sua vida e nos propósitos derivados do grande propósito.
Ouça a recomendação de C. S. Lewis, que nos ensina que toda tentativa de viver em desalinho com Deus é frustrada na origem:

Deus não pode nos dar uma felicidade e uma paz independentes dele simplesmente porque não existem”.


Ed Rene Kivitz, Outra Espiritualidade.

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