quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jesus é a resposta, mas qual é a pergunta?





Gugu, nesse texto, introduziu as perguntas - "De onde viemos, para que viemos e pra onde iremos". Pensando sobre elas, fiz as considerações que seguem.

Talvez tenha sido Nietzsche quem disse que "quem não sabe o PORQUÊ, aceita qualquer COMO". Isto é, quem não sabe o porquê da vida, por que e para quê foi criado, qualquer “como” ou modo de vida serve. Não é assim, contudo, para quem vive com propósito.
Se eu tivesse que descrever minha geração, eu usaria essas mesmas palavras: uma geração sem porquês, e, por conta disso, uma geração em que se aceita qualquer “como”.
No princípio, o termo “filosofia” subentendia um modo de existir, desse modo, era uma filosofia de vida. Assim, as escolas de filosofia - os epicureus, os estóicos, etc, expressavam modos diferentes de se levar a vida.
A vida que se vivia era pensada, refletida. Vivia-se a vida a partir de um porque. Partia-se do propósito (essência), para existência.
A Pós-modernidade, desenvolvendo-se do desgaste da razão, introduziu a irracionalidade também no modo de viver: que não precisava mais de coerência, afinal, coerência a quê? Pois, se é que existe algo como um “propósito”, nós não o podemos descobrir. E isso fez com que as perguntas sobre a existência perdessem o sentido.
Por outro lado, as filosofias do nosso tempo, pós-metafísicas, trazem marcas do existencialismo: a existência precede à essência. Em outras palavras, a vida precede o propósito. Em palavras mais simples: não existe um propósito geral para a vida, nós é que lhe conferimos um propósito.
Sem propósito, isto é, omitindo-se das perguntas do como - “De onde viemos, para que viemos e pra onde iremos”, resta-nos a resposta que se impõe aos nossos sentidos imediatos: morreremos. Para morte - é para lá que iremos! Essa é a certeza que sobra, nenhuma mais. E em vista desse destino, as demais perguntas – de onde viemos, para que viemos – também perdem o sentido.
É aqui, sob a influência dessa filosofia de vida, que nós, dessa geração, estamos. É a mesma filosofia que Paulo, em Éfeso, ecoando Isaías, descreve da seguinte forma: “Se é verdade que os mortos não são ressuscitados, façamos o que diz o ditado: Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (I Co 15.32).
É dessa forma que diagnostico nossa geração - por um lado, não se faz mais as perguntas essenciais. Por outro, vive-se como se a morte fosse o fim. A conseqüência é o homem sem propósito algum. Ou, usando uma imagem bíblica: o homem levado pelas ondas, sem direção.
A ironia é que essa cultura é permeada por um espírito científico, cujo lema metodológico é: fazer as perguntas certas.
As perguntas nos fazem pensar. E percebendo o mundo assim, onde se vive de qualquer forma, onde perguntas não são feitas, é extremamente importante que possamos conduzir as pessoas às perguntas certas - "De onde viemos, para que viemos e pra onde iremos" – isso as fará repensar suas vidas. E, pelo testemunho de Cristo em nós, podemos expor as respostas que temos encontrado nEle.

Eric

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